terça-feira, 1 de agosto de 2017

Pais intemporais... By Maria



Os pais não envelhecem. Ficam sempre lá, como sempre foram - os nossos pais: congelados no tempo, como que por magia. Os anos passam, mas... Os pais não envelhecem.

A nós filhos, aparecem os primeiros cabelos brancos, mais umas rugas que simpaticamente chamamos de "expressão", o corpo ganha vontade própria e queixa-se por motivos banais antes inimagináveis... Mas os pais, os nossos pais não envelhecem.

Cumprimos etapas, percebemos que estamos a somar uns anos à vida e que já temos uma história para contar. Deixamos de ser os mais novos nos círculos por onde nos movemos, decidem começar a escutar a nossa opinião... Contudo, os pais, os nossos pais não envelhecem.

Há fotografias que nos traem as intenções, há sinais que teimamos em ignorar, evidências que prontamente sabemos justificar...Porque os pais não envelhecem. Porque nos fazem falta. Porque são os NOSSOS pais. E ficam sempre lá, guardados no coração, intocáveis, invencíveis. 

Os nossos pais não envelhecem, são intemporais, são nossos. Para sempre.

Maria

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Essência de mãe... By Mafalda



Um beijo ao deitar. Um abraço profundo capaz de agarrar o mundo. Trocas de palavras e carícias. Dia após dia, noite após noite. Uma rotina que criámos para nós. E um amor que cresce quando eu já pensava que era o maior e mais intenso de todo e qualquer sentimento.

Sei que vais crescer e que este nosso universo deixará de ser suficiente para ti. Vais fazer amigos, desfrutar da sua companhia, conhecer outros mundos. E, porque te amo para além de mim, vou-me alegrar com as tuas conquistas e dar espaço para que a distancia cresça entre nós.

Sem que eu me aperceba, escutarei respostas em tons menos agradáveis, as portas ir-se-ão fechar, perderei o estatuto de conselheira e terás necessidade de me contrariar... sempre e a toda a hora... Mas, porque te amo para além de mim, conseguirei encaixar a tua rebeldia no orgulho em te ver crescer. Farás sempre parte de mim. E irei descobrir o perdão, a tolerância e mais amor. O amor no desafio. O amor na adversidade. O lado menos óbvio do amor.

Irás voltar para mim. Recuperarei o que semeámos hoje. E voltarás a partir no cumprimento dos desígnios da existência... porque a vida acontece fora de nós. E contigo alegremente partilharei outros afastamentos e outras aproximações. E irei perceber que o amor cresce indefinidamente sempre que te realizas para além de mim. Porque assim é uma mãe.


Mafalda

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Dilema de aniversário... By Ana António


3 anos. 3 anos de “Dilemas Femininos”. Um livro meu que resultou do esforço em descobrir um sentido numa curva não prevista nem planeada no meu percurso de vida. Um esforço que se transformou em projeto pessoal e se materializou no dia 31 de maio de 2014.

Hoje confesso o meu (ainda) acentuado desconforto com a divulgação. Sim, eu sei que é estranho e contraditório. Afinal, se um livro é publicado é porque se quer vender e fazer chegar ao maior número possível de pessoas. Mas eu não sou uma pessoa de massas, evito a quantidade e, mesmo num domínio onde os números são determinantes, eu gosto de passar despercebida.

Escrevo por prazer. O livro não foi um fim, mas uma forma de reforçar um gosto que não se poderia esgotar por aí. Sempre foi um processo muito mais interior, de satisfação de necessidades pessoais, do que um plano virado para o exterior, mesmo que seja para lá dirigido. E por isso, criei o blogue tão pouco tempo depois. As personagens que nasceram nos “Dilemas Femininos” fazem parte do meu imaginário, são um pouco de mim que quero perpetuar enquanto me dedicar a este exercício de criar.

Escrevo para alimentar um sonho de partilha de pensamentos. Porque é na troca de ideias que me sinto enquadrada. E acredito que devo partilhar, não porque as minhas ideias sejam melhores do que as dos outros, mas porque acredito que se cresce em cada pensamento verbalizado.

E passados 3 anos percebo finalmente que o processo de criação do livro e do blogue fazem parte do jeito que encontrei para evoluir enquanto Pessoa. E percebo assim porque escrevo com o coração, sem me preocupar se publico muito ou pouco, se os temas são passíveis de alcançar muitos likes ou visualizações. O meu sonho ainda é o de um dia conseguir criar uma plataforma de debate onde várias pessoas possam manifestar e trocar as suas ideias. Essa sim é a minha meta.


Até lá, continuo com os meus Dilemas e com os Dilemas que imagino nas outras mulheres.


Ana António

quarta-feira, 3 de maio de 2017

A memória dos afectos...By Ana António

                              

Avizinham-se as celebrações dos 20 anos de conclusão da minha licenciatura. O programa das festas promete. O dia está quase aí. Fui ao baú buscar a capa e a pasta para cumprir a tradição. Revi os álbuns de fotografias com as recordações que ainda continuam bem vivas na minha memória. Senti o acelerar do coração, sorri com algumas das imagens, reavivei a lembrança que embora presente já deixa espaço a algumas imprecisões. Afinal, já passaram 20 anos e, entretanto, muito aconteceu na minha humilde caminhada.

20 anos é uma data simbólica com algum peso na minha existência, pois mostra que já vivi outros tantos anos depois daqueles saudosos tempos de faculdade. Os anos 90 foram para mim, os anos de Coimbra. Foram anos que recordo com alegria, ternura e felicidade. Foram o despertar para a vida! Certo que também por lá vivi momentos menos bons, com dúvidas, desilusões e desafios, que não posso nem quero apagar. Mas, ao olhar para trás, o que me lembro são os sorrisos que por lá espalhei. Sim, fui feliz em Coimbra. 

Afortunadamente para mim, também fui feliz em muitos outros locais. Como esquecer Alenquer, a minha terra, as minhas raízes?! Os anos 80 constituem os primórdios da minha memória. Guardam os meus primeiros afectos, as recordações da infância em família, a descoberta dos amigos para a vida, as primeiras aventuras fora do ninho. Sim, (comecei por ser) feliz em Alenquer.

Percorrendo as minhas memórias passadas, reconheço com gratidão que continuei a ser feliz ao longo dos anos e por esse mundo fora. Independentemente da década em que eu me foque, consigo sempre encontrar boas recordações de vivências significativas que me foram mudando interiormente a par e passo com as modificações físicas do acumular de alguns anos de experiência. No caminho, em todos os locais e em todas as épocas, tive dias menos fáceis, angústias e hesitações. Tal como também, tive momentos inesquecíveis, experiências muito minhas e que são aquelas que recordo com saudade. Porque são memórias felizes. Porque são memórias de afectos, dos meus afectos.

Chego assim à conclusão que a magia está em nós, na afectividade com que vivemos a vida e, sobretudo, na afectividade com que interpretamos o que vamos vivendo e o que nos vai acontecendo. 

Que venham então as celebrações e mais momentos para recordar daqui a outros 20 anos. Com alegria. Com gratidão. Com afecto.

Ana António

quinta-feira, 20 de abril de 2017

A educação de 3 filhos... By Carolina




Educamos os filhos todos da mesma forma?

Durante vários anos acreditei que sim, que dava a mesma educação a cada um dos meus 3 filhos. Hoje eu penso de forma diferente. Sem complexos nem culpas. tranquilamente, percebo que sigo os mesmos princípios educativos, mas que há todo um mundo que separa a maneira como os aplico com cada um deles.

Com o passar dos anos e o acumular das dúvidas acerca das minhas habilidades enquanto mãe, eu percebi que sou diferente com cada filho:
         - Com o primeiro, eu sou muito ansiosa, demasiado exigente - Não desligo um só segundo, presto atenção a tudo o que ele faz, não consigo ser flexível nem descontraída. Levo tudo ao extremo;
         - Com o segundo, eu sou mais tranquila, mais eu própria, mais segura de mim e muito mais moderada - Consigo colocar tudo em perspectiva, sou mais tolerante e ignoro o que nem deve ser notado;
         - Com o terceiro, eu sou mais permissiva, muito descontraída - Nem reparo numa série de coisas que ele faz, acho que ele tem tempo para crescer  e deixo que ele seja o eterno bebé da família.

Apesar de ter consciência que tenho um padrão de comportamento próprio com cada filho, a minha natureza leva-me a repetir as minhas tendências e a exagerar sempre na mesma direção. Porquê? Será o amor que sinto pelos 3 assim tão diferente? Será possível amar mais um filho do que outro?

Eu amo os 3 como um só, amo cada um deles como se não tivesse mais nenhum. Esta é uma das poucas certezas que tenho nesta vida! Eles são únicos, tenho três filhos únicos. Eles são completamente diferentes uns dos outros, por isso eu também tenho de ser diferente enquanto mãe! Amo-os profundamente, nas qualidades que admiro em cada um, mas também na frustração com os defeitos que mais me incomodam e de que nenhum está isento.

Educo de maneira diferente porque vou treinando a arte de ser mãe com eles, com a experiência que eles me vão proporcionando. Não há cursos, livros, workshops que ensinem aquilo que a experiência me permite aprender. Aprende-se sendo. Contudo, o amor é um só. Que renasce e se renova de cada vez que experimento amar mais um filho.


Carolina

terça-feira, 21 de março de 2017

Mulher... By Sara



Comemorou-se outro dia o Dia Internacional da Mulher. Para além dos inúmeros actos simbólicos que assinalaram a data, pensei nas mulheres de uma forma geral – as mulheres anónimas que todas somos, nos nossos sonhos, nas nossas lutas, nas nossas alegrias, nas nossas desilusões, nos nossos receios, em nós... simplesmente nós.

Será necessário haver um dia especial em que se lembrem de nós? Será necessário haver um dia em que somos (sobre)valorizadas em relação aos demais? Ou somos nós quem precisa de um dia especial para nos lembrarmos de quem somos e do que fazemos?

Pelas manifestações a que assisto, ano após ano, encaro este dia como aquele em que somos mais flexíveis, em que nos lembramos que existimos, que podemos e devemos pensar também em nós sem qualquer espécie de culpabilidade. Podemos sair com amigas e festejar, sem nos preocuparmos com a família. Podemos ser independentes sem ter de pedir perdão pela escolha pessoal. Podemos evocar os nossos feitos profissionais sem nos sentirmos exageradas. Podemos abusar sem nos martirizarmos pela falha. Podemos ser imperfeitas ou exemplares, dependendo do contexto. Podemos ser autenticas, nas nossas virtudes e nas nossas imperfeições. Sem exigências desmesuradas. Sem criticas desproporcionadas. Podemos. Basta nos permitirmos... sem constrangimentos.

A mulher é uma lutadora, mesmo quando desiste dos seus sonhos mais profundos (em prol de outro valor a que chama prioritário). A mulher é forte, mesmo quando desanima em momentos de dor ou de grande frustração (que aprende a apelidar de lições de vida). A mulher é humana, tem qualidades e defeitos, mesmo quando insiste em ser a sua pior inimiga e autoimpor-se uma exigência de perfeição que não defende para mais ninguém. O que lhe falta então?

... Um dia em que se lembre de si.


Sara


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

7 anos de ti... By Ana António


Faz hoje 7 anos que o meu coração de mãe ganhou mais um habitante...

Chegaste durante a manhã, num prenúncio dos despertares madrugadores com que me brindarias nos teus primeiros anos. Desde logo impuseste a tua presença com aquele choro forte e persistente, revelador de uma personalidade marcante e determinada, que queria desde logo mostrar que não serias apenas mais um.

Faz hoje 7 anos que cresci em ser e em amor...

Contigo aprendi que os desafios também são amor:
- foram 38 semanas a conversar contigo em português e a falar com os outros em castelhano;
- foi a aventura da suposta "gripe A" (que afinal não o foi) e que nos deu direito a uma semana no hospital, um mês antes de tu nasceres, isolados do mundo e com o coração na ânsia dos resultados que nunca mais vinham;
- levaste-me de volta ao universo das chupetas, fraldas e dos biberões 6 anos depois de me ter estreado nessas andanças e de já me ter esquecido como era;
- foram as nossas escapadas mensais a Lisboa, as viagens de avião, contigo e com a tua amada mala do Faísca McQueen, que insistias ser tu a puxar para encanto de todos os que nos observavam;
-passámos os teus primeiros 24 meses, 24 horas do dia juntos, sem direito a nos cansarmos com tanto estar, mas que hoje se traduz nesta nossa preciosa cumplicidade;
- foram as mudanças pelo mundo que mais do que desafios, nos trouxeram a riqueza da união e da proximidade familiar;

Faz hoje 7 anos que me apaixonei por ti...

Como descrever o que é deliciar-me com o teu toque, derreter-me com os teus repetidos beijos, com os profundos e ternurentos abraços, ser tão feliz simplesmente por te observar e sentir o teu cheiro (ainda e sempre) de bebé?
Os teus carinhos dão-me vida! Aquele momento tão nosso, em que pomos a vastidão do nosso amor num beijo de boa-noite, não tem sequer descrição! Renasço em cada hora de dormir! É pura magia! Somos nós.

Hoje eu sei que nunca crescerás, que serás sempre o meu pequenote, o meu menino.

E nestes 7 anos aprendi que é possível amar de forma única, especial, eterna e incomensurável - uma e outra vez. E cada amor é um só vínculo.  Cada amor é arrebatador. Uma e outra vez.

Parabéns, meu amor pequenino.

Mãe