domingo, 31 de maio de 2015

Parabéns "Dilemas Femininos"!





Hoje é dia de aniversário! O livro "Dilemas Femininos" foi lançado faz hoje um ano!


Desta aventura nasceu este blogue onde as personagens do livro continuam a partilhar dilemas da vida quotidiana. Contamos ainda com a estreita colaboração da querida Alice Ramos que tem permitido que as personagens do livro opinem acerca dos seus dilemas. E mais ideias se planeiam...

Obrigada a todos os que nos acompanham e inspiram!









quinta-feira, 28 de maio de 2015

Leve-leve... - Comentário da Carolina


Oi Alice!

Achei sua publicação tão legal, tão ao jeito do meu país!!! É verdade que as pessoas não têm de estar sempre com ar sério, a pensar em todos os problemas a toda a hora! Não vai mudar nada, influencia nosso espírito para o negativo e não deixa gozar os momentos bons da vida! Quem é muito focado em problemas parece que atrai ainda mais dificuldades e demora mais tempo a encontrar uma saída para seus dilemas. A realidade tem tanto de “ligeira” como de profunda, basta escolher o lado para onde se quer olhar...

Há que aproveitar o que há de bom na vida, disfrutar do sol, do calor, da boa companhia - seja uma pessoa, um livro ou uma música, um animal!

Outro dia viajei até S. Tomé e Príncipe. Comparei em alguns aspectos com o meu Brasil. Aquele jeito de viver “leve-leve”. Como eles aproveitam bem melhor as pequenas (e tão ricas) coisas da vida! Um povo que vive com tão pouco e que transmite tanta tranquilidade e tanta felicidade! Tudo é “leve-leve”... basta querer;-)

Um abraço,
Carolina



segunda-feira, 25 de maio de 2015

Pensamento não é identidade – Alice Ramos


Ligeiro, há dias em que não tenho interesse em falar de dilemas. Eles estão cá. Mas não se impõem. Por estar sol, por ser sábado, por aceitar com um sorriso conformado que irei procrastinar hoje. Troco a roupa por passar a ferro por um livro. E não me apetece sentir culpa por isso.

Tudo para te dizer que penso ainda muito mas que desvalorizo cada dia mais os meus pensamentos. Eles não dizem assim tanto sobre mim. Se o espelho reflectisse os meus pensamentos ao mesmo tempo que a minha existência meramente física, o meu corpo, creio que se partiria de susto.

O meu interior é tantas vezes desordenado. Mas aprendo a não misturar isso com quem sou, de facto. A desordem encontra alívio na arte. Os livros, a música, existem para expelir essa desordem. Depois sou apenas a mulher que sorri à senhora da caixa no supermercado e que hoje sai um bocadinho para sentir o sol na pele. Com o livro debaixo do braço. 


Alice Ramos

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Sem tempo para a morte dos que amamos - Maria


A Alice tem “medo de perder uma pessoa que ama e que se encontra perto do fim da linha” – a sua avó. A morte é um acontecimento natural para o qual nunca estamos preparados, principalmente quando se refere aos que amamos. Os mais novos porque têm uma vida por viver. Os mais velhos porque já viveram uma vida que lhes ensinou a tal “intuição” e sabedoria. Precisamos sempre deles junto de nós, novos e velhos. A nossa concepção de Amor implica proximidade, convívio, materialidade. É por isso que “não aceita que esteja para chegar”. Porque a nossa linha do amor é infinita e a morte apresenta-se como um fim (mesmo para os que acreditam em Deus)...

Ao escrever a carta, a Alice tenta-se mentalizar para o que sabe que acontecerá um dia, mas que não quer aceitar. Um dia (e nunca o dia) está lá longe, longe. A sua avó ainda faz muita falta... hoje... e sempre.

Infelizmente, eu já sofri essa perda... O vazio de uma perda significativa fica para sempre. Com o tempo deixa de ocupar os outros espaços interiores, mas o seu espaço ficará sempre vazio. Aprendemos é a conviver com esse vazio.

Um abraço,
Maria




Como eu a compreendo!

Querida Alice,

Partilho aqui consigo pedaços de memórias, descritas no livro "Dilemas Femininos" e que estão relacionadas com a sua carta. 

Esta imagem retrata a eterna admiração pelo meu avô e refere-se a uma fase de angústia que vivi face à doença (e posterior perda) desta pessoa tão especial para mim.



A imagem em baixo refere-se ao abanão que vivi, dois anos depois, com a minha mãe. 


Mais logo comentarei a sua carta com a tranquilidade de quem já expurgou os seus medos e dores mais profundas.

Até já,
Maria

terça-feira, 19 de maio de 2015

Uma carta à minha avó: Alice Ramos



Minha querida avó, não morras. 

Preciso da tua capacidade de me adivinhar a verdade para lá do sorriso que te dou. Tu sabes sempre dentro de ti quando não estou assim tão bem como parece. 

Todos precisamos dessa intuição na família. E insistes em falar da tua morte, do dinheiro para o teu funeral, do coração que umas vezes te bate com demasiada intensidade e que não sabes se é um sinal de aproximação desse dia. Que não aceito que esteja para chegar. 

Fazemos assim: estás longe e quase sempre me escondem como te sentes para não me martirizar. Já sei como é. Só sei que estás internada se ligar duas vezes seguidas e não me atenderes. Aí as tuas queridas filhas começam a inventar desculpas. Então fazemos assim: não me mentes. Mas avisas-me se o coração em vez de bater muito, começar a bater pouco. Enquanto bate muito é essa tua força a dizer que ainda queres estar cá entre nós, que o avô pode esperar mais um pouco. Ai de ti que não me avises. E pára de viver só para os nossos problemas. Sabes que também temos alegrias? Sabes que tens uma família com discussões tipicamente mediterrâneas mas cheia de amor entre si? Sabes que as tuas filhas, netas e bisnetos - todos - conseguem sorrir apesar das adversidades? Sabes, sim. E recusas partilhar a nossa alegria quase sempre porque te debates com os nossos problemas. Aqueles que não te contamos mas que tu desvendas mesmo sem saberes ler nem escrever devidamente. 

Por isso avó, alegra-te quando eu te visitar de surpresa e não desates a chorar porque eu devia ter-te dito que ia, porque não tens frangos dos teus na arca para eu trazer e que nem ovos nem batatas nem cebolas nem não sei mais o quê que me dás e que é tão bom. Para além dos teus abraços. 


Alice

sexta-feira, 15 de maio de 2015

No Dia Internacional da Família, uma foto especial...


Esta semana estava a descarregar os meus e-mails para começar a organizar o meu dia e li num deles: “Faz dois anos”. Era uma fotografia. Tirada precisamente há dois anos atrás. Eu com os meus filhos.


Sorri embevecida enquanto recuava no tempo e recordava aquele almoço do “Dia das Mães”: São Paulo, 12 de Maio de 2013, o restaurante de eleição aos domingos, a comida do costume! Senti chegar a tal nostalgia – eram as recordações dos momentos idos, dos lugares longínquos, das caras dos miúdos tão mais acriançadas... Era uma simples fotografia, entre tantas, nesta era do digital. Mas, era uma fotografia com um simbolismo especial, com uma história única e insubstituível: a minha e da minha família!

Continuei a sorrir e deixei-me invadir pela ternura de tão doces memórias... Depois pensei como era bom poder sentir–me assim: significava que aqueles momentos tinham sido importantes... para mim... para nós! Aqueles momentos fizeram parte da nossa história familiar, foram vividos com intensidade e contribuíram para a cumplicidade do nosso núcleo familiar. A prova é que, sem motivo aparente, o meu marido ma enviou em jeito de surpresa!

Continuei embrulhada nos meus pensamentos: Será assim tão mau sentir-me nostálgica perante fotografias de períodos felizes e marcantes na minha vida? A nostalgia só se sente a respeito do que foi vivido com amor, do que foi especial, do que nos fez crescer como pessoas.

Num simples click, o passado torna-se presente... Para lá do momento registado pela câmara, viajamos entre o antes e o depois... Como se ainda lá estivéssemos... E é tão bom!...

Feliz Dia Internacional da Família! Com ou sem fotografias! J

Ana António