quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A pessoa que eu sou... By Maria


A pessoa que eu sou acompanha-me por toda a parte. Sempre e em todas as ocasiões, mesmo quando estou distraída. A pessoa que eu sou acompanha-me também nas mudanças interiores. Porque sou eu e, de mim, não consigo fugir.

Durante uns tempos fiz terapia. Precisei de me compreender melhor, de aceitar aquelas características que me incomodavam e me faziam sofrer. Saí desse processo mais ‘aconchegada” comigo, reconciliada com os meus defeitos e, acreditei na altura, “curada” dos males que tinha de tratar. Voltei lá posteriormente numa ação preventiva, para garantir que enfrentava mais um duro desafio sem cair nas ratoeiras dos meus medos. E novamente me confrontei com a pessoa que eu sou: a que sofre, a que tem medo, a que ri, a que vive, a que enfrenta, a que supera as situações... umas vezes bem e outras vezes mal...

Desde então percebi que não há uma “cura” para a pessoa que sou... nem para nenhum outro ser humano. Falar em cura é ignorar uma parte de mim, é querer ser diferente daquilo que sou, é desejar ser uma pessoa sem este “defeito”. Eu sou a Maria que aprecia a vida e também sou a Maria que desespera com medo da doença.

Aprender a lidar com as minhas fragilidades não significa eliminá-las. Porque esta sou eu! De vez em quando, há um desequilíbrio qualquer que desperta esta fragilidade, como numa espiral, e, lá vou eu para mais uma batalha interior. O que aprendi é que o medo existe, vai continuar a atormentar-me, mas, hoje, eu também sei que tenho cada vez menos medo de sentir medo... Porque esta é a pessoa que eu sou.


Maria