sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Uma simples ida ao cinema... By Mafalda



Levei os meus filhos a assistir à estreia do filme “O Principezinho”. Não quis esperar nem mais um dia. Teve de ser logo: pelo clássico que é, pelo conteúdo da história, pela época do ano e para me recordar que “Todas as pessoas grandes foram um dia crianças”! E assim, lá fomos os quatro na quinta-feira ao final da tarde, rumo a um nada habitual programa familiar durante a semana e em tempo de aulas.

Estava entusiasmada mas nunca imaginei que este filme para crianças fosse tão aconselhável para adultos! A história do livro é contada através da relação entre uma menina solitária e o seu vizinho aviador. E foi a vida dessa mesma menina e da sua mãe que me fez pensar e esboçar um sorriso bem amarelo!...

Outrora, tal como a mãe da menina, também eu dei tudo pelas rotinas programadas, acreditei que a perfeição era essencial e que o sucesso era o pilar de uma existência feliz, de uma família feliz.

Hoje dou graças a Deus por ter percebido que a perfeição está nos olhos de quem a vê e que, normalmente, ignora as emoções – “Só se vê bem com o coração”. O que anteriormente me parecia um modelo de vida, perdeu hoje todo o sentido e custa-me acreditar que, algures lá atrás, a minha verdade fosse tão ostensivamente vazia. Como me sinto feliz por ter redirecionado o meu caminho!

Contudo, observo à minha volta e identifico uma perigosa tendência para evidenciar a perfeição, valorizar os estados “zen”. Nos dias que correm, onde expomos as nossas vidas quase sem disso termos noção, dificilmente revelamos as pequenas e estruturantes angustias familiares ou as desilusões que são inerentes ao relacionamento humano. Sabemos que nos tornamos pessoas melhores e mais completas quando superamos obstáculos, mas teimamos em escondê-lo do público. Aprendemos uns com os outros, mas ocultamos as lições que vamos somando. Exibimos os diplomas e as medalhas, sem nunca falar dos erros ou dos falhanços que também fazem parte desse sucesso.

Vale a pena ver o filme, comprar o livro ou, simplesmente, refletir na sua mensagem... porque... “Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós”. Vale a pena deixá-los entrar no nosso VERDADEIRO mundo... seja ele como for... tal como fazem as crianças!


Pela autenticidade,
Mafalda