DEALING WITH PERSONAL WEAKNESSES ... By Maria

Life is so strange! Human Beings are weird! How very complicated I am...

I'm afraid of suffering. I fear seeing those I love suffering. I have that fear and always had. I recognize that I am better: I improved over the years ... and with therapy ... But this inner fear doesn’t fully go away. And it hurts! I still suffer deeply witnessing situations of illness or when I need to deal with the negative effects of aging within the family. But who can be immune to this pain? ...

These fear flashes are less intense now and last for far shorter periods, but I still worry because I understand I'll have to live with this forever. That’s one of my weaknesses. It’s here. Nothing removes it. I must live with it. I need to accept it and keep on learning how to cope with this trait.

I feel petrified with the anticipation of the disease, of suffering, of decay... How to be indifferent to human frailty? How to deal with the impotence of not being able to prevent the disappearance of loved ones? How to live with the physical and mental decline of those who are emotionally close to us?

I was (am) a hypochondriac. I imagined diseases that did not exist, I was unable to confirm the timely discovery of real diseases, I had to face large losses, I followed closely long and difficult treatment processes that resemble torture ... and I survived. Despite the scars, today I’m a stronger woman. I'm different (for the better, I hope)! However, I realize that I am more sensitive. What was once fear (usually unjustified), it’s now sensitivity. I shudder when I identify the signs; I get emotional looking at decrepitude. Because I've witnessed the end. And it was hard. Very hard. And I find it difficult to see pain. I suffer to watch the suffering of loved ones.

Nevertheless, now I live the present. I enjoy the small moments; I delight on their simplicity and let the pleasure of experiencing them invade me. Today I fully enjoy the moments I spend with “my own”. Without thinking about tomorrow, avoiding fear’s traps. It’s an on-going exercise, a lifelong commitment on (self) learning.

Days are all different. I know that nothing lasts forever. I know we can’t always be well. I know there are happy days and there are bad days (sad and gloomy). Pain and suffering may appear, you never know when and you can never be prepared. Therefore, the "here and now" must be lived and celebrated.

Maria

(CON)VIVENDO COM AS FRAGILIDADES PESSOAIS... By Maria

Como a vida é estranha! Como o Ser Humano é confuso! Como eu sou complicada...

Tenho medo de sofrer. Tenho medo de ver sofrer os que Amo. Tenho e sempre tive. Melhorei... com os anos... com a terapia... mas não desapareceu este receio interior que me assalta e magoa. Ainda sofro brutalmente ao assistir a situações de doença ou quando me confronto com os efeitos negativos do envelhecimento nos meus familiares. Mas, haverá alguém imune a esta dor?...

São momentos ou períodos que surgem com menor intensidade do que antigamente, bem mais curtos no tempo, mas que me preocupam porque sei que terei de viver com eles para sempre. Este é um dos meus pontos fracos. Está cá. Nada o remove. Vivo com ele. Tenho de o aceitar e continuar a aprender a viver com esta minha característica.

A antevisão da doença, do sofrimento, da decadência petrificam-me. Como ficar indiferente face à fragilidade humana? Como viver com a impotência de não conseguir evitar o desaparecimento de pessoas queridas na nossa vida? Como conviver com a diminuição das capacidades físicas e mentais dos que nos são emocionalmente próximos?

Fui (sou) hipocondríaca. Imaginei doenças que não existiam, fui incapaz de garantir a descoberta atempada de doenças reais, tive de enfrentar perdas duras, acompanhei de perto processos longos e difíceis de tratamentos que se assemelharam a torturas... e sobrevivi. Com muitas cicatrizes, mas hoje sou uma mulher mais forte. Sou diferente... para melhor, creio. Contudo, percebo que estou mais sensível. O que antes era medo (infundado, na maior parte das vezes), hoje é sensibilidade. Tremo ao identificar os sinais, emociono-me ao confrontar-me com a decrepitude. Porque eu já presenciei o fim. E foi duro. Muito duro. E eu tenho dificuldade em ver sofrer. Sofro ao assistir ao sofrimento dos que amo.

Contudo, hoje, eu vivo o presente. Aproveito os pequenos momentos, desfruto da sua simplicidade e deixo-me invadir pelo prazer de os experienciar. Hoje eu gozo plenamente os momentos passados com os “meus”. Sem pensar no amanhã e fugindo às ciladas do medo. É um exercício contínuo, um esforço de permanente (auto)aprendizagem.

Os dias são todos diferentes. Sei que nada dura sempre. Sei que nunca se pode estar sempre bem. Sei que há dias ou horas felizes e outros menos bons - tristes e sombrios. A dor e o sofrimento podem aparecer, não se sabe quando e nunca se está preparado. Por isso, o “aqui e agora” tem de ser vivido e celebrado.