quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A Mafalda responde à Alice

Alice:

Acumular experiências de vida ao longo dos anos conduz-nos a este olhar em perspetiva, a distanciarmo-nos da nossa própria realidade e a descobrir evidências que nunca conseguimos destrinçar na idade em que tudo queríamos provar... em que a pressão e o medo nos toldavam o discernimento.

Achei curiosa a sua descrição das linhas retas e oblíquas nos percursos de cada um de nós. Sabe, eu descobri recentemente que a linha reta que tinha traçado na minha vida de adulta era uma ilusão óptica! Acredita nessa possibilidade? Até agora, eu diria que não. As leituras que fazemos do que observamos são tão deturpadas pelas nossas ilusões, pelas nossas expectativas...

Sabe, acho que fiz o percurso contrário ao seu... Aparentemente nunca questionei as opções à minha disposição pois queria garantir escolhas em linha reta. Foi sempre tão fácil, tão claro, tão linear... até ao dia em que o oblíquo começou a espreitar e a abanar todas as minhas certezas... Paradoxalmente, foi a vivência do caos que me trouxe tranquilidade!

A Alice teme que seja tarde para fazer acontecer a pessoa que é. Acredita mesmo nisso? Não poderá o tempo ser (mais) uma justificação encoberta dessa dificuldade de escolher?

Um abraço,

Mafalda

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Alice Ramos I: a estreia!

O mais difícil já não é questionar tudo. Talvez seja esta fase da vida, talvez seja alguma paz a romper - precisamente nesta fase da vida.

Recordo-me de mim assim: fazia a mesma pergunta um sem número de vezes, massacrava-me porque tudo me parecia preto e branco simultaneamente. Sim, por ali faz sentido. Sim, por acolá também. Porque, descobri agora - precisamente nesta fase da vida - que nada faz sentido e que o descuido humano de andar em busca de um, mata o movimento.

Sim, há caminhos mais limpos do que aquele que me aconteceu. Há pessoas que percorrem uma linha recta entre o ponto A e o ponto B e podem dar-se ao luxo de dizer que são felizes. Eu não posso. Eu nasci já oblíqua.

Mas, entretanto - precisamente nesta fase da vida - eu entendo (atenção: entender é mais redutor que aceitar) que não é o traçado que condiciona. Mas tão só a facilidade com que sempre me questionei sem vontade de escolher.

O mais difícil já não é questionar tudo. Talvez seja a dureza de perceber que - precisamente nesta fase da vida - já não há já tanto tempo disponível para fazer acontecer a pessoa que sou.

Fez-se tarde, não foi?

Alice Ramos


sábado, 24 de janeiro de 2015

Ano Novo, Vida Nova!

Bom Ano de 2015!

Fizemos uma pausa durante as festas de final de ano e aproveitámos para refletir e tomar decisões. Vamos introduzir algumas novidades neste ano de 2015, criar uma nova dinâmica no blog e na página do Facebook!

É com grande alegria que vos anunciamos que vamos ter a colaboração regular de uma Grande Amiga. Ela prefere não se identificar e usar um pseudónimo: Alice Ramos.

Eis então a novidade: semanalmente, às segundas-feiras, a Alice coloca uma dúvida ou uma angústia à discussão. Nos dois dias seguintes quem estiver interessado poderá deixar os seus comentários ou sugerir um caminho a seguir. À quinta-feira, uma das personagens do livro “Dilemas Femininos” fará a sua interpretação.

Contamos com a vossa participação e colaboração!


Ana António