terça-feira, 21 de março de 2017

Mulher... By Sara



Comemorou-se outro dia o Dia Internacional da Mulher. Para além dos inúmeros actos simbólicos que assinalaram a data, pensei nas mulheres de uma forma geral – as mulheres anónimas que todas somos, nos nossos sonhos, nas nossas lutas, nas nossas alegrias, nas nossas desilusões, nos nossos receios, em nós... simplesmente nós.

Será necessário haver um dia especial em que se lembrem de nós? Será necessário haver um dia em que somos (sobre)valorizadas em relação aos demais? Ou somos nós quem precisa de um dia especial para nos lembrarmos de quem somos e do que fazemos?

Pelas manifestações a que assisto, ano após ano, encaro este dia como aquele em que somos mais flexíveis, em que nos lembramos que existimos, que podemos e devemos pensar também em nós sem qualquer espécie de culpabilidade. Podemos sair com amigas e festejar, sem nos preocuparmos com a família. Podemos ser independentes sem ter de pedir perdão pela escolha pessoal. Podemos evocar os nossos feitos profissionais sem nos sentirmos exageradas. Podemos abusar sem nos martirizarmos pela falha. Podemos ser imperfeitas ou exemplares, dependendo do contexto. Podemos ser autenticas, nas nossas virtudes e nas nossas imperfeições. Sem exigências desmesuradas. Sem criticas desproporcionadas. Podemos. Basta nos permitirmos... sem constrangimentos.

A mulher é uma lutadora, mesmo quando desiste dos seus sonhos mais profundos (em prol de outro valor a que chama prioritário). A mulher é forte, mesmo quando desanima em momentos de dor ou de grande frustração (que aprende a apelidar de lições de vida). A mulher é humana, tem qualidades e defeitos, mesmo quando insiste em ser a sua pior inimiga e autoimpor-se uma exigência de perfeição que não defende para mais ninguém. O que lhe falta então?

... Um dia em que se lembre de si.


Sara