segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Quem sou eu agora?... By Carolina


E, de repente, os filhos crescem, começam a precisar de mim de outra forma e... Tenho de me reinventar... Redescobrir o meu lugar, repensar o meu papel... E agora, o que fazer? Onde me posicionar nesta nova equação? Como manter a minha identidade? Quem sou eu agora?

Ao longo dos anos fui aprendendo a conviver com um Eu menos convencional, aprendi que o meu papel enquanto mulher que não trabalha fora de casa é precisamente o de quem mantém a harmonia, a família unida, de quem permite que os filhos se desenvolvam sem restrições. Aprendi a viver numa sombra que afinal até é poderosa. Descobri o meu precioso valor ao possibilitar a todos os elementos da minha família a estabilidade e a segurança tantas vezes ameaçadas pelas constantes mudanças que fazemos. Fui eu quem manteve o barco, quem transformou a turbulência em suave transição. Hoje sei e estou segura da importância que tive na manutenção do bem-estar de todos (incluindo o meu).

Mas os tempos estão a mudar, os filhos a crescer e a autonomizarem-se. É meu dever tornar-me cada vez mais invisível, desnecessária, ser o tal elemento a mais. E esse é precisamente o meu problema pessoal neste momento. A felicidade e o bem-estar dos meus filhos exige-me um novo questionar sobre a minha identidade. Nos últimos 10 anos substitui a minha identidade profissional pela profissão-missão de mãe a tempo inteiro. E exatamente para cumprir esse desígnio, na atualidade, tenho de reduzir o meu horário e não sei o que fazer... Uma vez mais nesta aventura que em sido a minha vida...

Como conciliar a alegria de ver os meus filhos a crescer e a não precisarem de mim, com a minha necessidade pessoal de ser imprescindível? Como lidar com esta ambivalência de quereres? Como me ocupar para além da minha família? Acredito que outras mães vivam este dilema, mas sendo uma mulher apátrida e sem profissão reconhecida, o sentido da minha vida não pode estar indissociado da constância da mudança que me tem impedido de ter sonhos apenas meus... Quem serei eu daqui em diante? Qual o meu valor? Qual o sentido da minha vida?

Carolina


quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O meu dia especial... By Maria



Hoje faço anos. É o meu dia especial.

Recordo os aniversários da infância, em que esperava ansiosamente pelo dia em que era o centro das atenções. A minha mãe e o meu avô deixavam-me sempre decidir tudo: onde íamos, o que fazíamos, o que comíamos. Não eram só os presentes e a festa com os amigos que me entusiasmavam, mas especialmente o poder de agir e decidir como os adultos faziam diariamente. Naquele dia eu era a rainha, era eu quem escolhia.

Os anos passaram e a magia do dia especial persistiu. Ainda hoje vivo o meu aniversário em clima de festa. Deixo-me mimar pelos que me são mais queridos e adoro a sensação de ser tratada como uma menina pequena. Mas, atualmente, mais do que decidir o meu dia, eu insisto em vivê-lo, sem planos, mas com sentido e gratidão, porque...

-  sinto-me grata por ter uma família que amo e que me ama...
o   ... e por continuarmos juntos a trabalhar este amor;
-  agradeço pelas pessoas que estão próximas de mim...
o   ... aquelas que escolheram estar comigo no coração, que me aceitam e a todas as minhas imperfeições;
-  congratulo-me pelas escolhas de vida que fui fazendo...
o   ... pelo retorno que me deram e pelo que aprendi quando mais duvidei;
-  sinto-me grata por ter saúde...
o   ... hoje e todas as vezes em que sei de alguém que está com alguma doença grave ou incapacitante;
-  brinco com a minha hipocondria...
o   ... porque este medo avassalador é somente uma hipótese.

Hoje valorizo as preciosas prendas que tenho recebido ao longo dos anos, aquelas prendas invisíveis e intemporais que me fazem sentir plena com o MUITO que me faz amar a (minha)vida.

Obrigada!

Maria