As doenças.
Vi "Still Alice" um destes dias. Alzheimer como argumento e a dor
lancinante de ver um familiar deixar de ser quem conhecemos, quem nos educou. A
pessoa enérgica que foi, no caso uma mãe de família e professora universitária,
em crescendo, rumo a uma decadência humana a que não queremos assistir.
Mas temos.
A vida é tão frágil. Teimamos em viver como se fossemos eternos, como se os
nossos problemas (tantas vezes) minúsculos ocupassem toda a mente e todas as
horas. E um dia, acontece a doença. Em nós ou nos que nos rodeiam.
A certa
altura a Alice, interpretada por Juliane Moore, confrontada com o diagnóstico,
diz que preferia ter cancro. Qual a pior decadência? A do corpo, a que
assistimos com a mente lúcida? Ou a da mente, sendo que aqui a evolução da
doença não nos permite sequer ter noção da miséria em que nos tornámos?
Alice Ramos
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