Alice,
Li o seu comentário e pensei “Ainda bem que sou mãe de um rapaz!”
Dizem os entendidos que elas são mais precoces e, sendo assim, fico mais
descansada. Ainda me falta algum tempo para me habituar à ideia de partilhar o
meu menino com desconhecidas... O meu filho também está a entrar na
adolescência mas gosta é de jogar à bola e na Playstation, graças a Deus!...
Considero-me uma mãe descontraída, sempre
incentivei a autonomia dele e (percebo agora) tive as minhas preocupações mais
centradas na minha ascendência do que no miúdo. Ainda bem para ele, mas, na
verdade, ele tem a vida toda para ser adulto – para quê ter pressas?!
Não sei se conseguirei ter a tranquilidade
desejada para assistir de braços cruzados à emancipação do meu filho! Isto da
maternidade é muito complicado e aceitar que deixamos de ter controlo sobre a
vida e as escolhas deles deve ser das maiores provações que podemos passar. Até
já sinto as pulsações a acelerarem!... Se calhar não sou assim tão descontraída!...
Boa sorte,
Maria
Cara Alice,
Sou mãe de 3 rapazes: um deles deve ser da
idade da sua filha, o outro quer crescer rápido para ser jovem como o irmão e o
mais pequeno ainda ama dar abraços e beijos na mãe em todo o lado. Olhar para
os 3 e vê-los a crescer é, ao mesmo tempo, maravilhoso e assustador! É muito
difícil perceber (e aceitar) que deixamos de ser o centro do mundo das pessoas
que tanto amamos!
Confesso que ter um pequeno que quer colo
e beijo a toda a hora ajuda a deixar espaço aos mais velhos para conquistarem o
seu lugar. Não sei como vai ser quando este lá chegar e eu não tiver mais distração!...
Eu vivo fora do meu país e já me mudei
várias vezes. Em todas as ocasiões senti uma culpa enorme por obrigar os meus
filhos a sair da sua zona de conforto, a ter de começar tudo de novo. Como mãe,
o instinto protetor fica mais forte e dá vontade pegar em todos ao colo,
fechá-los numa concha e só os deixar sair quando tiver a garantia que nenhum
mal lhes acontecerá. Por outro lado, o querer que eles se adaptem rápido e que
sofram o menos possível com a mudança tem-me ajudado e empurrá-los para fora da
minha alçada. Às vezes pergunto-me que estilo de mãe serei eu, pois acho que
tenho educado mais em função das voltas da nossa vida do que das minhas
convicções maternais. Só espero estar a fazer bem... Todas o esperamos J
Um abraço,
Carolina
Alice,
Foi delicioso lê-la! A melhor descrição de
uma mãe a estrear-se na aventura da adolescência! O misto de emoções e de
interpretações: o querer e o não querer, o soltar e o pegar ao colo... o
esperar à porta do cinema e o ler (intrusiva e secretamente) os sms dos
filhos...
Eles aprendem a crescer e nós aprendemos
com eles e através deles. Como eles, uns dias avançamos de forma segura e,
outras vezes, tropeçamos e caímos ao comprido.
Eu também sou mãe de um adolescente. Sou
psicóloga e trabalho com adolescentes e as suas famílias. Enquanto o meu filho
foi criança procurei deixar a profissão no consultório e ser uma mãe como outra
qualquer. Quantas vezes agradeci por os meus clientes não assistirem às minhas
interações familiares!... Só que o menino cresceu, ficou mais alto do que eu, a
voz engrossou, o corpo mudou e começaram os desafios. Deixei de poder ser
natural porque deixei de conseguir chegar até ele... Desesperadamente, voltei a
ler as (velhas) teorias em busca de respostas para a minha incapacidade. Perdi
as certezas, procurei na profissão o que não consegui como mãe e continuo à
procura do meu lugar (tal como ele, meu filho).
Sabe, a cada dia que passa admiro mais os
meus pais.
Um abraço,
Sara
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