Hoje é o Dia dos
Namorados aqui na Europa. Eu ainda celebro em Junho como no Brasil, mas
confesso que deixei de ficar indiferente a esta data. Ser expatriado é isto
mesmo: uma mistura de costumes em que a nossa identidade se confunde com a dos
sítios por onde passamos! Em casa temos agora dois dias no ano em que
celebramos o Amor: o dia de S. Valentim (14 de Fevereiro) e o Dia dos Namorados
(12 de Junho).
Hoje é aquele dia
em que as pessoas estão de bem com o Amor. Todo o mundo se ama, troca
presentes, fica mais próximo do seu par, faz um programa especial: como se
fosse perfeito! Acho ótimo o conceito, mas é preciso estar atento e perceber
que qualquer relacionamento tem de evoluir para além do mediatismo das
campanhas de marketing.
Dei por mim a
pensar que a vida a dois não tem de ser como nos filmes românticos! As pessoas
têm qualidades e defeitos; têm atitudes corretas e outras menos próprias. Uns
dias são bons e outros nem por isso. Para quê querer passar a ideia de relação
exemplar? Quando se está demasiado preocupado com o que os outros pensam, com a
imagem que se projeta para fora, não há espaço para a relação crescer. Não dá
para perceber as divergências nem como acertar posições. Porque é que as
relações têm de ser perfeitas se as pessoas não o são?! Qual o interesse em
negar o lado menos bom? O Amor também dói! Ignorar isto é minar a relação! Uma
zanga, uma divergência podem ser oportunidades... de crescimento pessoal, de
desenvolvimento relacional, de amadurecimento de expectativas. Há tanto para
aprender... SEMPRE.
Construir um
caminho a dois dá trabalho, TODOS OS DIAS! Exige um grande investimento,
pessoal e emocional, um comprometimento que pode lançar desafios impensáveis e
que se têm de enfrentar (para lutar por um futuro).
A história de uma
relação é composta por dias felizes, aqueles que se registam nas fotografias,
nas redes sociais, nas partilhas com amigos e familiares. Esses são os momentos
virados para o exterior. Depois, há os momentos de que ninguém fala ou escreve:
aqueles em que surgem desafios, dúvidas, problemas. São os momentos que ninguém
quer, mas que fazem parte da vida (e dos relacionamentos). Quantas vezes há que refazer projetos e que
aprender a lidar com as consequentes (des)ilusões?!... Quantas vezes há que dar
espaço a uma realidade que nem sempre se
aproxima do que se idealizou enquanto ser individual mas que se fez por
aprender a amar?!... Quantas vezes há que fazer escolhas difíceis e dolorosas e
defender publicamente o que o próprio ainda não assumiu completamente?!...
No dia do Amor
gostaria de recordar que uma relação consistente resulta de alegrias, certezas,
celebrações, comprometimento, mas também de tentativas, dúvidas, erros, acertos
e descobertas (pensadas). Não há receitas nem truques de magia... mas tem de
haver vontade - DOS DOIS.
No dia do Amor, um
brinde às tentativas que nos unem!
Carolina
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