sábado, 14 de fevereiro de 2015

Dia dos Namorados ... by Carolina



Hoje é o Dia dos Namorados aqui na Europa. Eu ainda celebro em Junho como no Brasil, mas confesso que deixei de ficar indiferente a esta data. Ser expatriado é isto mesmo: uma mistura de costumes em que a nossa identidade se confunde com a dos sítios por onde passamos! Em casa temos agora dois dias no ano em que celebramos o Amor: o dia de S. Valentim (14 de Fevereiro) e o Dia dos Namorados (12 de Junho).

Hoje é aquele dia em que as pessoas estão de bem com o Amor. Todo o mundo se ama, troca presentes, fica mais próximo do seu par, faz um programa especial: como se fosse perfeito! Acho ótimo o conceito, mas é preciso estar atento e perceber que qualquer relacionamento tem de evoluir para além do mediatismo das campanhas de marketing.

Dei por mim a pensar que a vida a dois não tem de ser como nos filmes românticos! As pessoas têm qualidades e defeitos; têm atitudes corretas e outras menos próprias. Uns dias são bons e outros nem por isso. Para quê querer passar a ideia de relação exemplar? Quando se está demasiado preocupado com o que os outros pensam, com a imagem que se projeta para fora, não há espaço para a relação crescer. Não dá para perceber as divergências nem como acertar posições. Porque é que as relações têm de ser perfeitas se as pessoas não o são?! Qual o interesse em negar o lado menos bom? O Amor também dói! Ignorar isto é minar a relação! Uma zanga, uma divergência podem ser oportunidades... de crescimento pessoal, de desenvolvimento relacional, de amadurecimento de expectativas. Há tanto para aprender... SEMPRE.

Construir um caminho a dois dá trabalho, TODOS OS DIAS! Exige um grande investimento, pessoal e emocional, um comprometimento que pode lançar desafios impensáveis e que se têm de enfrentar (para lutar por um futuro).

A história de uma relação é composta por dias felizes, aqueles que se registam nas fotografias, nas redes sociais, nas partilhas com amigos e familiares. Esses são os momentos virados para o exterior. Depois, há os momentos de que ninguém fala ou escreve: aqueles em que surgem desafios, dúvidas, problemas. São os momentos que ninguém quer, mas que fazem parte da vida (e dos relacionamentos).  Quantas vezes há que refazer projetos e que aprender a lidar com as consequentes (des)ilusões?!... Quantas vezes há que dar espaço a  uma realidade que nem sempre se aproxima do que se idealizou enquanto ser individual mas que se fez por aprender a amar?!... Quantas vezes há que fazer escolhas difíceis e dolorosas e defender publicamente o que o próprio ainda não assumiu completamente?!...

No dia do Amor gostaria de recordar que uma relação consistente resulta de alegrias, certezas, celebrações, comprometimento, mas também de tentativas, dúvidas, erros, acertos e descobertas (pensadas). Não há receitas nem truques de magia... mas tem de haver vontade - DOS DOIS.

No dia do Amor, um brinde às tentativas que nos unem!

Carolina


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