quarta-feira, 1 de abril de 2015

Gratidão By Ana António


Num outro dia conversava com uma senhora minha conhecida acerca das nossas vidas. Uma senhora com S maiúsculo. Uma senhora madura com já alguns anos de vida e que passou por várias experiências desafiantes e dolorosas. Uma senhora que poderia ter-se tornado amarga e infeliz, mas que usou as agruras da vida para se tornar uma pessoa ainda mais interessante.

Dei por mim a recordar a nossa conversa e a pensar na sua história. Teve uma vida confortável e bem sucedida até ao dia em que o destino a convidou a recomeçar e a mostrar de que fibra era feita. Conseguiu construir um percurso com um núcleo coeso de pessoas estruturantes, que, uma a uma, foram sendo chamadas para a outra Morada. E ela aqui continua, erguida e determinada. Comentava comigo: “Eu sou uma privilegiada! Vivi muitos períodos difíceis, mas também vivi muita coisa boa. Considero-me uma privilegiada porque tive pessoas fantásticas na minha vida e há quem nem sequer tenha tido isso. Eu tive.

Fiquei impressionada!... E desejei, um dia, conseguir alcançar uma serenidade semelhante!

Há pessoas que sabem de facto viver. Têm uma capacidade extraordinária para converter todos os acontecimentos em lições de vida, independentemente do grau de sofrimento que tragam associado. Fazem o luto pelas perdas (materiais e humanas), superando a dor através da gratidão. A gratidão pelo privilégio por esses bens terem pertencido ao seu espólio de vida. São pessoas de uma outra dimensão. Pessoas com quem me esforço por aprender e que me permitem perceber o quão insignificantes são algumas questões a que costumo chamar problemas...


Uma Santa e Feliz Páscoa,
Ana António


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