Alice,
Eu acredito que
quanto mais pensamos, mais questões colocamos. Pensar acerca de nós é um
exercício ousado que nos expõe perante as nossas incertezas e as nossas
fragilidades.
Os períodos de
vida emocionalmente mais intensos deixam sempre marcas. Tudo o que vivemos faz parte
de nós, da nossa história e da pessoa que somos. Ultrapassamos crises,
aprendemos com elas, mas o registo interior fica lá gravado. Aqui e ali, uma
experiência negativa marcante pode ser reavivada na nossa memória e nem sempre
percebemos porquê. Aprende-se a superar obstáculos, mas eles nunca são eliminados.
Aprende-se a lidar com o medo exagerado, mas não se elimina esse medo.
À medida que os
anos avançam, mais certa eu estou de que pensar é viciante! Tal como o receio
das nossas fragilidades!... Aprendi que
não vale a pena negá-lo. Há que concentrar os nossos esforços na aceitação que
temos uma história e que recordá-la não é o mesmo que recuar no tempo. É esta
consciência que permite que a tempestade não derrube a bonança. “Mais uma vez, devagar...” e a pensar!
Maria
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