quinta-feira, 23 de abril de 2015

Vidas que não se apagam – Pensamentos da Maria


Alice,

Eu acredito que quanto mais pensamos, mais questões colocamos. Pensar acerca de nós é um exercício ousado que nos expõe perante as nossas incertezas e as nossas fragilidades.

Os períodos de vida emocionalmente mais intensos deixam sempre marcas. Tudo o que vivemos faz parte de nós, da nossa história e da pessoa que somos. Ultrapassamos crises, aprendemos com elas, mas o registo interior fica lá gravado. Aqui e ali, uma experiência negativa marcante pode ser reavivada na nossa memória e nem sempre percebemos porquê. Aprende-se a superar obstáculos, mas eles nunca são eliminados. Aprende-se a lidar com o medo exagerado, mas não se elimina esse medo.

À medida que os anos avançam, mais certa eu estou de que pensar é viciante! Tal como o receio das nossas fragilidades!...  Aprendi que não vale a pena negá-lo. Há que concentrar os nossos esforços na aceitação que temos uma história e que recordá-la não é o mesmo que recuar no tempo. É esta consciência que permite que a tempestade não derrube a bonança. “Mais uma vez, devagar...” e a pensar!

Maria



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