Cara Alice,
Fez-me pensar bastante. Quando a li, o meu
primeiro impulso foi para contrariar o que escreveu. Queria-lhe explicar que acredito
que as mudanças não têm de resultar na perda de amigos, sejam elas externas,
geográficas ou internas. Os amigos ficam no lugar que nós lhe destinamos. Só os
perdemos se quisermos (ou se não forem efetivamente amigos). Podemos mudar e
fazer a amizade reinventar-se com o nosso percurso. Isso não implica nenhum
corte...
Mais tarde voltei a lê-la e revi a minha
interpretação. Identifiquei-me consigo e, por isso, sinto o dever de lhe
responder. Porque eu também já estive assim e durante muito tempo arranjei
justificações para manter tudo na mesma...
Amigos na solidão. Amigos na fragilidade. Qual
o papel dessa pessoa na sua vida? Amizade verdadeira ou conveniente contentor
de descargas emocionais (que perpetua a autocomiseração)? Aproximaram-se pela
dor comum, partilharam desgostos, enganaram a solidão. E depois? Um procura
quebrar o ciclo e o outro afasta-se para garantir que mantém o seu... A maior
solidão é a que impomos a nós próprios, não se esqueça...
“...Porque
a vida nos muda”, todos os dias perdemos algo, especialmente, as crenças e as
posturas. Essas perdas aparentes, muitas vezes, são realmente ganhos. Temos é de
conseguir olhar bem e descobrir as oportunidades. Como diz a canção “O tempo não para”... E as amizades são
como o tempo...
Pense bem se vale a pena transferir os
ganhos de uma potencial amizade para o fugaz alívio do anonimato de um blog;-)
Boas decisões,
Mafalda
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