quinta-feira, 5 de março de 2015

Perdemos amigos ou deixamo-los cair?... A opinião da Mafalda




Cara Alice,

Fez-me pensar bastante. Quando a li, o meu primeiro impulso foi para contrariar o que escreveu. Queria-lhe explicar que acredito que as mudanças não têm de resultar na perda de amigos, sejam elas externas, geográficas ou internas. Os amigos ficam no lugar que nós lhe destinamos. Só os perdemos se quisermos (ou se não forem efetivamente amigos). Podemos mudar e fazer a amizade reinventar-se com o nosso percurso. Isso não implica nenhum corte...

Mais tarde voltei a lê-la e revi a minha interpretação. Identifiquei-me consigo e, por isso, sinto o dever de lhe responder. Porque eu também já estive assim e durante muito tempo arranjei justificações para manter tudo na mesma...

Amigos na solidão. Amigos na fragilidade. Qual o papel dessa pessoa na sua vida? Amizade verdadeira ou conveniente contentor de descargas emocionais (que perpetua a autocomiseração)? Aproximaram-se pela dor comum, partilharam desgostos, enganaram a solidão. E depois? Um procura quebrar o ciclo e o outro afasta-se para garantir que mantém o seu... A maior solidão é a que impomos a nós próprios, não se esqueça...

“...Porque a vida nos muda”, todos os dias perdemos algo, especialmente, as crenças e as posturas. Essas perdas aparentes, muitas vezes, são realmente ganhos. Temos é de conseguir olhar bem e descobrir as oportunidades. Como diz a canção “O tempo não para”... E as amizades são como o tempo...

Pense bem se vale a pena transferir os ganhos de uma potencial amizade para o fugaz alívio do anonimato de um blog;-)

Boas decisões,
Mafalda




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