Tenho
conversado sobre este assunto de forma recorrente nos últimos dias. Parece ser
que se não formos vistos, não acontecemos. O mundo obriga à visibilidade. Como
se estivéssemos mortos quando ninguém nos vê brilhar. Concordas?
Eu
não. O protagonismo pode ser a maior rasteira de um ego que procura fora o que
não encontra dentro. O protagonismo não tem relação directa com o valor. E o
reconhecimento do valor não exige protagonismo. Embora, claro que aceito,
todos os que têm valor pareçam transparentes se conviverem bem com a falta de
protagonismo.
O
que falta é abdicar de um mundo em que parecemos todos viciados na projecção de
quem somos para resgatar (ou reconhecer) um valor que sabemos ter, que é
intrínseco e único a cada ser humano.
Teremos que nos deixar " morrer " para sentir a beleza do
nosso valor. Mesmo sabendo que ninguém estará a assistir. Ou sobretudo por
isso mesmo?
"Quando vivemos para sermos vistos, falseamos
a verdade profunda para a qual a nossa vida deve tender." José
Tolentino Mendonça in O Tesouro
Escondido
Alice
Ramos
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