quinta-feira, 21 de maio de 2015

Sem tempo para a morte dos que amamos - Maria


A Alice tem “medo de perder uma pessoa que ama e que se encontra perto do fim da linha” – a sua avó. A morte é um acontecimento natural para o qual nunca estamos preparados, principalmente quando se refere aos que amamos. Os mais novos porque têm uma vida por viver. Os mais velhos porque já viveram uma vida que lhes ensinou a tal “intuição” e sabedoria. Precisamos sempre deles junto de nós, novos e velhos. A nossa concepção de Amor implica proximidade, convívio, materialidade. É por isso que “não aceita que esteja para chegar”. Porque a nossa linha do amor é infinita e a morte apresenta-se como um fim (mesmo para os que acreditam em Deus)...

Ao escrever a carta, a Alice tenta-se mentalizar para o que sabe que acontecerá um dia, mas que não quer aceitar. Um dia (e nunca o dia) está lá longe, longe. A sua avó ainda faz muita falta... hoje... e sempre.

Infelizmente, eu já sofri essa perda... O vazio de uma perda significativa fica para sempre. Com o tempo deixa de ocupar os outros espaços interiores, mas o seu espaço ficará sempre vazio. Aprendemos é a conviver com esse vazio.

Um abraço,
Maria




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