Cara Alice,
Somos todos tão diferentes! Porque
teimamos em querer-nos encaixar em categorias? Qual a vantagem, para além da
ilusória aparência, de querermos anular o que nos é tão peculiar? Ou como
referiam umas participantes neste espaço “esquecemo-nos
que essas mesmas particularidades é que fazem o que somos, a nossa massa e
essência”, sendo “a grande
dificuldade fazê-lo sem desistir da nossa massa e essência”.
Comento os seus desabafos na qualidade de
uma eterna outsider que sempre se
sentiu algo à parte da maioria. Sempre fui diferente, não tanto na forma de me
vestir ou nos bens materiais, mas na maneira de me relacionar com a vida, o
trabalho, a sociedade. Não sei se tenho sido melhor ou pior do que os outros.
Não sei se estarei certa ou errada nas minhas convicções. O que sei é que
tentei sempre ser genuína comigo mesma e com os meus valores. E aí fui
diferente da maioria, tenho a certeza.
Contudo, ao fim destes anos todos aprendi também
que, por vezes, a diferença pode ser uma forma de manter a barreira entre mim e
o outro. Há uma distância que se cria por se vestir ou relacionar de maneira
diferente. Por vezes, a solidão resultante da extrema particularidade
individual é um mecanismo de perpetuar os medos interiores sem ter de o assumir.
Afasto o outro para não me expor, para ocultar uma fragilidade...
Fique atenta! Não misture a sua verdadeira
individualidade com a aparência de um discurso em torno de vestimentas... Pode
ofuscar a sua essência...
Luisinha
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