Trabalhei muito.
Trabalho muito. A minha vida são os meus projetos, as minhas obras. Algures lá
atrás, já fui mais completa, mais diversificada, mas quis o destino que eu
perdesse outros focos de interesse... e concentrei-me exclusivamente no
trabalho. Hoje, eu sou a fundação que criei e a fundação é a minha imagem.
Até quando, começo
a questionar-me? Quando será a altura de preparar a minha sucessão, de deixar a
obra prosseguir e ganhar outros alicerces?
Sinto-me dividida
entre o que sei ser o mais acertado e o impulso do momento. Continuo a pensar
que tenho as soluções e, nos momentos-chave, não consigo abdicar de as
apresentar... Quero que a obra sobreviva para além de mim, mas não consigo
deixar de ser eu a decidir. Como aceitar que “o meu projeto” siga outro rumo? Como continuar presente e
simultaneamente começar a largar? Qual será o meu maior dilema: o risco do
futuro institucional sem mim ou o risco do futuro pessoal sem o institucional?
Dizem que “amar é também aprender a largar”. Serei
eu capaz de amar à distância, de deixar ir para longe de mim?
Luisinha
Sem comentários:
Enviar um comentário