A pessoa que eu
sou acompanha-me por toda a parte. Sempre e em todas as ocasiões, mesmo quando
estou distraída. A pessoa que eu sou acompanha-me também nas mudanças
interiores. Porque sou eu e, de mim, não consigo fugir.
Durante uns tempos
fiz terapia. Precisei de me compreender melhor, de aceitar aquelas
características que me incomodavam e me faziam sofrer. Saí desse processo mais
‘aconchegada” comigo, reconciliada com os meus defeitos e, acreditei na altura,
“curada” dos males que tinha de tratar. Voltei lá posteriormente numa ação
preventiva, para garantir que enfrentava mais um duro desafio sem cair nas
ratoeiras dos meus medos. E novamente me confrontei com a pessoa que eu sou: a
que sofre, a que tem medo, a que ri, a que vive, a que enfrenta, a que supera
as situações... umas vezes bem e outras vezes mal...
Desde então
percebi que não há uma “cura” para a pessoa que sou... nem para nenhum outro ser
humano. Falar em cura é ignorar uma parte de mim, é querer ser diferente
daquilo que sou, é desejar ser uma pessoa sem este “defeito”. Eu sou a Maria
que aprecia a vida e também sou a Maria que desespera com medo da doença.
Aprender a lidar
com as minhas fragilidades não significa eliminá-las. Porque esta sou eu! De
vez em quando, há um desequilíbrio qualquer que desperta esta fragilidade, como
numa espiral, e, lá vou eu para mais uma batalha interior. O que aprendi é que
o medo existe, vai continuar a atormentar-me, mas, hoje, eu também sei que
tenho cada vez menos medo de sentir medo... Porque esta é a pessoa que eu sou.
Maria
Sem comentários:
Enviar um comentário