Levei os meus
filhos a assistir à estreia do filme “O
Principezinho”. Não quis esperar nem mais um dia. Teve de ser logo: pelo
clássico que é, pelo conteúdo da história, pela época do ano e para me recordar
que “Todas as pessoas grandes foram um
dia crianças”! E assim, lá fomos os quatro na quinta-feira ao final da
tarde, rumo a um nada habitual programa familiar durante a semana e em tempo de
aulas.
Estava
entusiasmada mas nunca imaginei que este filme para crianças fosse tão
aconselhável para adultos! A história do livro é contada através da relação
entre uma menina solitária e o seu vizinho aviador. E foi a vida dessa mesma
menina e da sua mãe que me fez pensar e esboçar um sorriso bem amarelo!...
Outrora, tal como
a mãe da menina, também eu dei tudo pelas rotinas programadas, acreditei que a
perfeição era essencial e que o sucesso era o pilar de uma existência feliz, de
uma família feliz.
Hoje dou graças a
Deus por ter percebido que a perfeição está nos olhos de quem a vê e que,
normalmente, ignora as emoções – “Só se
vê bem com o coração”. O que anteriormente me parecia um modelo de vida,
perdeu hoje todo o sentido e custa-me acreditar que, algures lá atrás, a minha
verdade fosse tão ostensivamente vazia. Como me sinto feliz por ter
redirecionado o meu caminho!
Contudo, observo à
minha volta e identifico uma perigosa tendência para evidenciar a perfeição,
valorizar os estados “zen”. Nos dias que correm, onde expomos as nossas vidas
quase sem disso termos noção, dificilmente revelamos as pequenas e estruturantes
angustias familiares ou as desilusões que são inerentes ao relacionamento
humano. Sabemos que nos tornamos pessoas melhores e mais completas quando
superamos obstáculos, mas teimamos em escondê-lo do público. Aprendemos uns com
os outros, mas ocultamos as lições que vamos somando. Exibimos os diplomas e as
medalhas, sem nunca falar dos erros ou dos falhanços que também fazem parte
desse sucesso.
Vale a pena ver o
filme, comprar o livro ou, simplesmente, refletir na sua mensagem... porque...
“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós”. Vale a pena
deixá-los entrar no nosso VERDADEIRO mundo... seja ele como for... tal como fazem
as crianças!
Pela
autenticidade,
Mafalda
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