Alice:
Acumular
experiências de vida ao longo dos anos conduz-nos a este olhar em perspetiva, a
distanciarmo-nos da nossa própria realidade e a descobrir evidências que nunca
conseguimos destrinçar na idade em que tudo queríamos provar... em que a
pressão e o medo nos toldavam o discernimento.
Achei
curiosa a sua descrição das linhas retas e oblíquas nos percursos de cada um de
nós. Sabe, eu descobri recentemente que a linha reta que tinha traçado na minha
vida de adulta era uma ilusão óptica! Acredita nessa possibilidade? Até agora,
eu diria que não. As leituras que fazemos do que observamos são tão deturpadas
pelas nossas ilusões, pelas nossas expectativas...
Sabe, acho
que fiz o percurso contrário ao seu... Aparentemente nunca questionei as opções
à minha disposição pois queria garantir escolhas em linha reta. Foi sempre tão
fácil, tão claro, tão linear... até ao dia em que o oblíquo começou a espreitar
e a abanar todas as minhas certezas... Paradoxalmente, foi a vivência do caos
que me trouxe tranquilidade!
A Alice
teme que seja tarde para fazer acontecer a pessoa que é. Acredita mesmo nisso?
Não poderá o tempo ser (mais) uma justificação encoberta dessa dificuldade de escolher?
Um abraço,
Mafalda
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