O que é um dia
bom? O que nos faz dizer que um dia foi bom? Durante as 24 horas que dura um
dia será que conseguimos manter sempre a mesma opinião em torno dos
acontecimentos ou dos sentimentos que a vivência do dia nos despertou? Podemos
categorizar os nossos dias de forma assim tão absoluta e restrita?
Cada vez tenho
mais dificuldade em defender o chamado “pensamento do tudo ou nada”. A vida
foi-me ensinando que nada é definitivo e que devemos treinar o nosso olhar e a
nossa mente para descobrir para além das evidências.
Outro dia estava a
ter um dia bom. Concretizei uma tarefa importante que tinha pendente e que
tinha um prazo para realizar, passei a manhã empenhada, mas descontraída e em
boa companhia. À hora de almoço tinha a agradável sensação de dever cumprido,
estava satisfeita e a sentir-me bem com as minhas decisões. Até que o som de recepção
de mensagem soou no meu telemóvel. E o que li retirou-me o sorriso,
entristeceu-me, apertou-me o coração. As notícias que recebia não eram boas e
manchavam aquele que estava a ser um dia tão bom. E agora, como lidar com a
duplicidade de emoções? Como continuar a desfrutar da alegria interior pelo
cumprimento de uma missão sem me sentir culpada por não me deixar invadir pela
apreensão e pela tristeza espelhada no que lia? Seria possível estar feliz por
um lado e triste e preocupada por outro? É que era assim que me sentia
verdadeiramente naquele momento. Dependendo do que me permitisse pensar, assim
mudariam as minhas emoções.
Na vida é mesmo
assim. Há fases positivas e outras turbulentas. Há dias alegres e dias
cinzentos. Há momentos bons e outros maus. Nada é permanente.
Mafalda
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