sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

PENSANDO OS 40!... by Ana



Hoje recebi uma carta de uma amiga da juventude. Uma carta de papel! Frágil na aparência, profunda no conteúdo, autêntica na sua essência. É indescritível o que senti, como fiquei feliz!... E, a mim, a felicidade faz-me sempre pensar...

Em agosto fiz 40 anos. Até adiei a ida para férias para celebrar o acontecimento com a família alargada! Grande parte das minhas amigas “quarentonas” também quiseram registar a sua passagem de maneira especial. E nem alguns dos meus amigos homens conseguiram escapar a esta moda. Aqui e ali também fui lendo artigos acerca da magia desta idade... E fui refletindo acerca disso...

Afinal, o que têm de diferente os 40? Porque será que os queremos assinalar e deixamos passar outros aniversários? Não terão todas as idades a sua particularidade? Serão umas mais importantes do que as outras? Porquê? E, se todas as idades forem especiais, porque será que damos maior destaque a esta?

A verdade é que, aos 40 anos, já temos alguma experiência de vida acumulada, já mostrámos do que somos capazes, já vivenciámos períodos de alegria e de tristeza, já ganhámos e já perdemos. Com esta idade sabemos o que queremos (mesmo quando ainda não o temos e nem sabemos se algum dia lá chegaremos). Também sabemos o que não pretendemos, o que não estamos dispostos a aceitar (e assumimos o preço a pagar pela opção tomada). Temos dúvidas, também, uns mais do que outros, mas todos as temos. A questão é que percebemos agora que isso faz parte da vida, que não somos “seres menores” por hesitarmos. Já conseguimos assumir mais facilmente a certeza da indecisão e o poder das nossas escolhas... mesmo das menos acertadas...

Aos 40 defendemos as nossas crenças com outra convicção e, se for preciso, ousamos ser diferentes de todos os demais. A prova é o exemplo da minha amiga que rejeita as novas tecnologias e escreve cartas à mão, como quando éramos adolescentes. Agora já se pode fazer isso e beneficiar do elogio com a ousadia!... Ainda não somos totalmente isentos à crítica social, mas conseguimos conviver mais saudavelmente com ela!J

Aos 40 anos, alguns de nós estão de bem com a vida, aprenderam a dar valor ao que têm e ao que conquistaram, sentiram diminuir a “pressão” para o êxito e assumem-se como são. Outros há que continuam a trabalhar o seu ser, sentem-se confiantes numas áreas mas insatisfeitos noutras, mantêm a sensação interior de que ainda lhes falta preencher alguns espaços importantes e persistem na luta. A verdade é que acreditamos que ainda temos um longo percurso pela frente, que ainda vamos a tempo de emendar o caminho J

A aura especial que envolve os 40, a meu ver, relaciona-se com esta segurança, com esta certeza e com o poder de quem viveu uma história e ainda vai a tempo de viver outra. Sim, aos 40, já todos temos uma história para contar e outra para imaginar!

Ana António


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