quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Amor na cozinha... by Ana (eu própria)

Alguns produtos de amor da minha cozinha

Cozinhar é um ato de amor. Para todos e em particular para aqueles que nunca se identificaram demasiado com esta arte... como é o meu caso.

Os que me conhecem sabem bem que os meus dotes culinários são modestos e que não primo pela sensibilidade aquando da preparação dos alimentos.

Na minha história de vida aprender a cozinhar foi uma obrigação. Acima de tudo, imposta pela educação: a minha mãe defendia que as filhas tinham de saber o básico e desde cedo tive como tarefa inegociável colaborar na confecção das refeições. A idade avançou e o meu interesse pelo “mundo dos tachos” manteve-se ao nível próprio de quem comia para sobreviver.

Chegou o dia em que voei para fora do ninho parental e a tarefa de cozinhar assumiu um papel de maior destaque (e desgaste) na minha rotina diária. E foi aí que se iniciou o ponto de viragem! Foi a partir dessa altura que percebi que receber bem a família e os amigos implicava oferecer-lhes alguns brindes gastronómicos. Dedicar algum do meu (então, escasso) tempo a cozinhar significava que aquelas pessoas eram importantes para mim, que lhes queria agradar e acarinhar com os meus melhores esforços.

A minha relação com a cozinha evoluiu posteriormente para uma fase em que preparava sempre algum mimo culinário para celebrar acontecimentos especiais na família nuclear. Reconheço, no entanto, que o resultado final nem sempre foi justo para com o esforço pessoal dedicado à tarefa... mas não desisti!

Graças às vivências noutros países, as minhas experiências gastronómicas foram-se diversificando e intensificando. Houve tempos em que à Sexta-feira o jantar incluía algo típico do local onde estávamos. As nossas refeições transformaram-se também numa oportunidade para recordar (e reviver) os nossos percursos, para manter vivo o que nos é tão particular enquanto família.

Eis, assim, que cheguei à atualidade!  Hoje eu surpreendo-me a planear surpresas para os meus 3 rapazes! Surpresas culinárias, imaginem só! E sem motivo aparente. Surpreendo-os porque sim, porque quero mostrar-lhes que algures durante o meu dia, pensei neles. E, na falta de tempo, cozinhamos em conjunto.

Como foi possível mudar tanto? Com AMOR. Foi o Amor que me levou a sair da zona de conforto e a aventurar-me numa área que não faz parte da minha essência. Incrivelmente, são cada vez mais os momentos em que me consigo divertir e sentir realizada na cozinha! Porque estou a estreitar laços com aqueles que são importantes para mim!

Como diz uma querida amiga de longa data, “temos de fazer tudo com Amor”. Ela até molda corações nos alimentos que confecciona! Eu aprendi que o Amor tem de estar ainda mais presente nas tarefas que menos nos agradam, naquelas para as quais temos menos vocação, no que é rotineiro e imposto. No meu caso, é na cozinha. E tenho conseguido torná-la num espaço mais acolhedor e atrativo J


Ana António


2 comentários:

  1. :-) Que delícia!
    É tão bom quando conseguimos transformar tudo em Amor... <3
    És linda Amiga

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    1. Minha querida, tu és uma especialista nesta matéria;)

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